24 março 2014

Aterro

Te dei todos os valores
em meu coquetel
de suspiros proscritos. 
Não me custava nada 
dar, e você se amoldava
no valor impingido.

Por onde passou, 
quase que os lugares
por onde te empurrei,
meus desenhos em cores
da rua, você uma peça
não lembro se fui
eu que te
recortei.

Pois seu limite
adentro de meu delírio
ficava no milímetro
exato da dúvida.

Não é minha cultura.

À deriva vejo
teu vulto submerso
sob a reflexa cidade.
Então você 
que nem está aqui
é já mar, é já vasta
na fronteira 
entre tudo e nada.
Infinita que só
submerge no instante
sem paga,
inquilina de meu hotel
sem vagas,
sua ausência
presente em cada
gota d'água.

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de Água corrente.

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